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IPCA: o que é inflação e quais são as causas dela?

Tempo de leitura: 10 minutos

Descubra como funciona a inflação e como ela pode impactar no seu bolso! 

É comum vermos nos noticiários econômicos assuntos relacionados à inflação brasileira. Mas o que isso quer dizer, afinal de contas? 

O IPCA, que é o índice oficial da inflação aqui no Brasil, aponta se os preços dos produtos e serviços subiram ou caíram em determinado tempo – e isso pode influenciar no seu orçamento pessoal, incluindo o rendimento de algumas aplicações financeiras. 

Confira o artigo que o blog do Bmg preparou e descubra o que é a inflação, como ela é calculada e quais são as dicas para você ficar protegido das oscilações de preços. Boa leitura! 

O que é inflação?

A inflação é um termo bastante conhecido na economia e usado para definir o aumento generalizado no preço de bens e serviços. 

Ao longo prazo, a inflação representa um aumento no custo de vida das pessoas, uma vez que o poder de compra da moeda é reduzido. 

Uma das formas de perceber isso na prática é ir ao supermercado e comparar o preço dos produtos com outro período. 

Exemplo: o valor de um pacote de café custava, em média, R$ 28 há um ano. Hoje, o mesmo produto pode ser encontrado por R$ 40 nas prateleiras. Nessa situação hipotética, houve um aumento de 42,8% em 12 meses. 

Ou seja, isso significa que você precisa de mais dinheiro para comprar o mesmo produto, pois o preço dele subiu. É o que chamamos de inflação. 

Essa oscilação do preço pode ocorrer por vários fatores, incluindo questões ambientais e cotação do dólar – confira as causas da inflação nas seções abaixo! 

O que é IPCA?

IPCA é a sigla para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o indicador oficial da inflação brasileira. Ele é medido mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O cálculo do IPCA é composto por uma cesta de produtos e serviços consumida por famílias brasileiras com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos. 

De acordo com o IBGE, a cesta é dividida em nove grupos. Veja a seguir: 

• Alimentação e bebidas 
• Habitação 
• Artigos de residência 
• Vestuário 
• Transportes 
• Saúde e cuidados pessoais 
• Despesas pessoais 
• Educação 
• Comunicação 

Portanto, se a inflação medida pelo IPCA em determinado mês for de 0,4%, por exemplo, isso quer dizer que o aumento médio dos preços no período também foi de 0,4%. 

IPCA hoje

O IPCA hoje é de 0,24%, levando como base o mês de junho de 2025. A comparação sempre é feita com o mês anterior. 

IPCA acumulado nos 12 meses

Já o IPCA acumulado nos últimos 12 meses é de 5,35%, também levando em consideração os dados divulgados em junho de 2025. Clique aqui e confira mais informações no site oficial do IBGE.

Quais são as causas da inflação?

A inflação pode ser causada por diferentes fatores. Essas causas podem ser agrupadas em quatro grandes grupos. Confira abaixo: 

1. Pressões ou aumento nos custos de produção

Com um custo maior de produção, um produto pode ser feito em menor escala, ou seja: a quantidade de oferta no mercado cai, o que deixa o valor do bem mais caro. 

2. Aumento na demanda

Quando a demanda por determinado produto é maior do que é ofertado no mercado, o preço do item tende a subir, o que gera inflação. 

3. Aumento na emissão de moeda

Um aumento na emissão de moeda eleva a quantidade de dinheiro em circulação sem que haja um respectivo crescimento na produção de bens e serviços. 

Dessa forma, os consumidores ficam com mais poder de compra, mas a oferta permanece no mesmo patamar, o que pressiona os preços para cima e causa inflação. 

4. Expectativas de inflação ou inércia inflacionária

As expectativas de inflação podem influenciar o comportamento dos preços de forma antecipada.

→ Leia também: CDB x CDI: entenda o que são e as diferenças

Como a inflação é calculada?

O IBGE é o órgão responsável por fazer o cálculo mensal do IPCA, que é o índice oficial de inflação do Brasil. Para isso, é feito um levantamento em 13 áreas urbanas do país, com a coleta de aproximadamente 430 mil preços em 30 mil locais. 

Após a coleta, há uma comparação de preços com o mês anterior, o que resulta em um único valor que é refletido na variação geral de preços ao consumidor, ou seja: a inflação. 

Em relação à cesta que o IBGE utiliza para fazer o cálculo do índice, constam os seguintes grupos: 

Categoria Peso
Transporte 21,9%
Alimentação e bebidas 20,6%
Habitação 16,1%
Saúde e cuidados pessoais 12,3%
Despesas nacionais 9,8%
Educação 5,5%
Comunicação 5,2%
Vestuário 4,2%
Artigos de referência 3,8%

Dentro de cada grande grupo existem subcategorias, que, juntas, somam mais de 400. 

→ É importante lembrar que existem outros indicadores de inflação, como o IGP-M e o IPC. Cada índice usa suas próprias metodologias de cálculo. 

Como se proteger da inflação? Confira 3 dicas

Como falamos antes, a inflação pode diminuir seu poder de compra. Mas existem algumas dicas para você ficar protegido dessa oscilação. Confira abaixo: 

1.  Não deixe dinheiro parado

Dinheiro parado perde valor ao longo do tempo – seja na conta bancária ou em uma gaveta da cozinha. 

Para você ter uma ideia, os R$ 10,00 de hoje não são os mesmos R$ 10,00 dos anos 2000. Naquela época, o preço do quilo do pão francês custava, em média, R$ 1,00. Já em 2025, o valor do quilo do mesmo produto é de aproximadamente R$ 18,00. 

2. Invista em produtos atrelados à inflação

Para não deixar o dinheiro parado na sua conta corrente, invista em aplicações atreladas à inflação, como o CDB Bmg IPCA+

Na prática, o valor aplicado nesse título terá um rendimento acima do IPCA, garantindo ganhos reais e protegendo seu dinheiro contra a inflação. 

3. Diversifique sua carteira de investimentos

Não invista apenas em um produto financeiro. Ao diversificar seus investimentos em diferentes aplicações, você reduz riscos e melhora a proteção contra a perda do valor de compra do dinheiro.

Quem define a meta de inflação?

Para que a inflação não fuja do controle e cause problemas na economia, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta anual, enquanto o Banco Central (BC) é o responsável por cumpri-la, geralmente por meio da taxa básica de juros do Brasil, a Selic

Em 2025, a meta contínua da inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, para que o IPCA fique dentro do que é esperado oficialmente, ele deve oscilar entre 1,5% e 4,5%. 

Qual o impacto da inflação na vida das pessoas?

A inflação traz incertezas para a economia, diminui o interesse por investimentos e, consequentemente, prejudica o crescimento econômico do país. 

Ela afeta principalmente as camadas mais pobres da população, pois são essas que têm menos acesso a instrumentos financeiros para se defender da alta dos preços. Afinal de contas, a inflação faz o dinheiro perder valor.  

Com o aumento da inflação, os preços dos itens no supermercado, mercadorias de uso pessoal, combustíveis, aluguéis e várias outras coisas tendem a subir mais rápido.  

Dessa forma, a queda da circulação de dinheiro no mercado também resulta na diminuição do consumo. Com isso, as empresas acabam sendo afetadas, vendendo cada vez menos. Logo, as dívidas ficam em alta, gerando desemprego. 

O que é deflação e por que ela pode ser perigosa?

A deflação é o inverso da inflação, ou seja: ocorre quando os índices de preços de uma economia passam a cair ao invés de subir. 

No entanto, ao contrário do que possa parecer, esse processo durando por longos períodos pode representar um grande perigo para a economia de um país. 

Com a deflação, um comerciante terá um grande prejuízo se ganhar menos ao vender seu estoque. Além disso, as empresas e as famílias deverão adiar suas decisões de investimento e consumo se houver a perspectiva de que os preços estarão em baixa no dia seguinte, o que enfraquece a atividade econômica como um todo. 

Em outras palavras, a deflação pode ser perigosa por: 

• Desestimular o consumo das pessoas 
• Reduzir o lucro das empresas, levando a corte de salários e demissões 
• Aumentar o peso das dívidas 
• Prejudicar o crescimento econômico de um país, podendo levar a uma recessão