Mulheres no futebol

Quem são os nomes da resistência?

Quem são os grandes nomes de resistência do Futebol Feminino no Brasil? Entre os anos 1940 e 1980, o país contou com muita ações de resistência ao decreto de proibição da prática de futebol por mulheres.

A Mostra Virtual 'Mulheres, desobediência e resiliência' do Museu do Futebol revela que alguns clubes amadores como Corinthians Pelotense e Vila Hilda (RS), Araguari Atletico Club (MG), Esporte Clube Comercial e Grêmio Operário Futebol Clube (MS), Ponte Preta de Jacareí (SP) se engajaram, cada um a sua maneira, na tentativa de derrubar o decreto.

Entre as iniciativas destacaram-se diversas partidas clandestinas e outros artifícios para escapar dos olhos atentos do Conselho Nacional de Desportos (CDN) e federações locais. Também conseguiram organizar diversos eventos com boa aceitação do público: em 1958, as atletas do Araguari Atletico Club levaram pouco mais de 20 mil pessoas às arquibancadas do antigo Independência, para uma exibição de caráter beneficente para arrecadação de fundos destinados à educação.

Esta motivação social era uma das formas de inibir a repressão do CND, e foi assim que muitas partidas de exibição aconteceram. A única forma possível, à época, para as mulheres seguirem marcando posição e presença nos campos.

Jornal Correio Paulistano com a manchete: São Paulo assiste pela primeira vez a uma partida de futebol feminino

Jornal Correio Paulistano. Foto: Acervo Fundação Biblioteca Nacional

Mulheres como Rose do Rio, Aline Pellegrino, Sissi, Marta, Formiga e Milene Domingues são exemplos de atletas que se posicionaram politicamente ao lutar pela valorização do futebol feminino nos clubes e na mídia; pelo respeito à participação da mulher no esporte; e pela equidade nos investimentos entre os times masculino e feminino.

Rose do Rio

Rose do Rio

Rose do Rio foi uma estudante de direito paranaense, que resolveu jogar futebol para atacar os rótulos preconceituosos que as jogadoras recebiam nos anos 80. Fundou e presidiu a Associação de Futebol Feminino do Rio de Janeiro, quebrando barreiras desde então, mesmo após aproibição ter sido revogada.

Aline Pellegrino

Aline Pellegrino

Além de uma incrível zagueira, Aline Pellegrino, a Pelle, conquistou inúmeros títulos por clubes e pela Seleção. Mas sua história com o futebol continua: em 2020, Pelle se tornou a primeira mulher em posição de liderança na CBF e hoje é Coordenadora de Seleções Femininas, buscando quebrar barreiras para o esporte feminino no país.

Sisleide do Amor Lima

Sissi

Sisleide do Amor Lima, a Sissi, foi uma lenda do futebol feminino que fez parte do grupo de pioneiras da modalidade no país, sendo a camisa 10 da primeira Seleção. Apesar de sua genialidade, despediu-se dos gramados com pouco reconhecimento. Suas declarações reforçam a necessidade de quebrar barreiras no esporte.

Marta Vieira da Silva

Marta

Marta Vieira da Silva é a maior jogadora de futebol brasileira e considerada uma das mais talentosas na história do esporte. Foi eleita pela FIFA, seis vezes, como a melhor jogadora de futebol do mundo, além de ser Bola de Ouro em 2004 e 2007 e, ainda, Chuteira de Ouro em 2007. Marta é uma voz que ecoa em favor do futebol feminino.

Formiga

Formiga

Uma das maiores jogadas da história do futebol feminino brasileiro e mundial, Formiga disputou as Copas de 1995, 1999, 2003, 2007, 2011, 2015 e 2019; sendo a única futebolista a ter participado de 7 edições dos Jogos Olímpicos (1996, 2000, 2004, 2008, 2012, 2016 e 2020). Sua resistência fortalece o futebol feminino no país.

Milene Domingues

Milene Domingues

Rainha das Embaixadinhas, Milene Domingues iniciou sua carreira esportiva na equipe feminina de futebol do Corinthians. Em 1997, entrou nos livro dos recordes por fazer 55.197 embaixadinhas com uma bola durante 9 horas e 6 minutos (546 min). Hoje, além de comentarista, Milene é entusiasta da modalidade e parceira do Bmg no Futebol Feminino sem Barreiras.

Imagens: Crédito Divulgação Google

E a arbitragem?

Além de jogadoras e clubes, um dos grandes símbolos de resistência feminina neste período foi a árbitra Léa Campos, presa 15 vezes por conduzir jogos ilegais durante as décadas de proibição. Sua formação como árbitra contrariou a muitos, principalmente o presidente da Confederação Brasileira de Desportos nos anos 60, João Havelange, que chegou a afirmar em certa ocasião que "nenhuma mulher nunca se tornaria árbitra de futebol". Hoje o país conta com, pelo menos 8 árbitras de futebol no Quadro de árbitros da FIFA.

A Copa do Mundo do Qatar 2022, pelo torneio masculino, também registrou momentos históricos na presença de mulheres em campo. A francesa Stéphanie Frappart se tornou a primeira mulher a apitar um jogo de futebol masculino em copas. Junto com ela, estava a brasileira Neusa Inês Back e a mexicana Karén Díaz, compondo o trio de arbitragem no jogo entre entre Alemanha x Costa Rica. Stéphanie Frappart é considerada a principal árbitra do quadro da FIFA e já havia entrado para a história ao ser a primeira mulher a apitar um jogo de Champions League em 2020.

Para este ano, na Copa do Mundo FIFA Feminina 2023, a árbitra central Edina Alves, as auxiliares Neuza Back e Leila Moreira da Cruz, e a árbitra de vídeo Daiane Muniz dos Santos já foram designadas atuar, conquistando cada vez mais espaço na posição que lhes pertence.

Árbitra Stéphanie Frappart e as assistentes Neuza Back, do Brasil, e Karen Diaz, do México na Copa do Mundo de Futebol no Qatar 2022 | Crédito Divulgação

Árbitra Stéphanie Frappart e as assistentes Neuza Back, do Brasil, e Karen Diaz, do México na Copa do Mundo de Futebol no Qatar 2022 | Crédito Divulgação

Edina Alves, única mulher a apitar a Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol | Crédito Divulgação

Edina Alves, única mulher a apitar a Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol | Crédito Divulgação

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